Como (re)comecei a ilustrar

Formei-me em Design Industrial. Pouco tempo depois de começar a trabalhar numa agência de publicidade como designer e percebi que não era isso que queria para a minha vida. Após essa saída adoeci e passei os anos seguintes em tratamentos para a ansiedade, síndrome de pânico, agorafobia e simultaneamente tive em vários trabalhos que não significaram nada para mim. Entretanto descobri o Yoga e gostei tanto que fiz a formação de instrutora, despedi-me do meu trabalho e dediquei-me a dar aulas de Yoga durante uns anos. Após um tempo desiludi-me com o Yoga, deixei o Yoga e nos seguintes anos dediquei-me à maternidade. Foi nesse período de maternidade, durante o pós-parto do primeiro filho que senti uma enorme vontade de passar para o papel aquilo que tinha dentro de mim. A minha aventura no mundo da ilustração (re)começa nessa altura.
Comecei por criar a personagem.
Queria que a personagem fosse simples e que não fosse complexa de desenhar (até porque tinha acabado de ser mãe e o tempo para o desenho era limitado e já não desenhava há algum tempo).
A razão de não ter pés nem mãos é muito simples. Era mais rápido de desenhar e tinha receio de não conseguir desenhar bem o suficiente os pés e as mãos. Não queria que isso fosse um bloqueio e deixasse de ilustrar devido a esse obstáculo então preferi eliminá-lo. Para além disso, gostei do resultado.
Só tem olhos porque tal como eu, gosta mais de observar do que falar.
Está nua porque quis representar uma personagem que me representa-se de uma forma genuína e o mais natural e cru possível. Totalmente nua e vulnerável. Despida de medos de se expor e de transmitir as suas vivências e olhares perante o que a rodeia.
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